sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A novidade do Governo Dilma

Corrupto no Brasil nunca foi novidade. Temos aos montes. Basta uma pesquisa para ver que a corrupção pode ser considerada uma espécie de tradição. Poderíamos até imaginar que, entre os políticos, para alcançarem o magistrado como político brasileiro exista algum tipo de ritual ilícito de passagem... Quem sabe uma lavagem (de dinheiro, claro), seja o batizado de todo o político nato. Numa situação que beira a irrealidade, tamanha a cara de pau , não é difícil imaginar. Por essas e outras que político no Brasil é um personagem estereotipado pela mídia desde muitos coronelismos atrás. Podemos encontrar representações como Odorico Paraguaçu ou como Justo Veríssimo, tipos não faltam.
A lista de casos de corrupção é impressionante mesmo, difícil é lembrar-se de político que nunca teve o nome citado em nenhum desses crimes. Recordando apenas alguns dos ilustríssimos personagens, temos o Garotinho, acusado de ser chefe de um bando que agia no Rio e envolvido em pagamento de propina a fiscal da Receita Federal, o que foi investigado por meio  de grampo telefônico; O Juiz Nicolau dos Santos, vulgo Lalau, que enriqueceu com desvio de verbas de obras públicas; Maluf, recordista em escândalos de lavagem e desvio de dinheiro público; o tal do Pitta, que embolsou 1 milhão de dólares da prefeitura de São Paulo e, mais recente na memória, José Dirceu, que foi filmado pedindo propina em campanha eleitoral. Esses são apenas alguns nomes...
               Já sabemos que encontrar político corrupto no Brasil não é novidade. Novidade, no governo Dilma, é vê-los caindo aos montes. Em pouco tempo, menos de três meses, tivemos quatro que não conseguiram se explicar e todos, ou a maioria, do governo Lula. Caíram os Ministros Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Nelson Jobim (Defesa) e agora, na corda bamba, diretamente do ministério do Turismo, o ministro Pedro Novais. Será que esse cai ou não cai?
                Pois é, a novidade desse governo não é a corrupção, isso é velho, mas a queda crônica de ministros, essa é da hora. E após essa recente calvície ministerial, os estudantes podem ficar tranquilos sobre um dos assuntos em provas de concurso, pois, certamente, esses ministros também vão cair no vestibular.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Não temos orégano, mas temos canela, serve?

Estava passeando pelo Centro do Rio de Janeiro, no início deste ano, quando me deparo com um sebo muito charmoso, resolvi entrar para conferir o lugar. Confesso que gostei. Pelas quatro paredes estantes com livros e mais livros, dava gosto de ver. Pensei, então, que, devido ao potencial do sebo, eu certamente encontraria um livro de um teórico de literatura chamado Wolfgang Iser. Enquanto olhava pelas estantes na parte de crítica literária um dos funcionários do sebo se aproximou com a velha frase “olá, senhor, poderia ajudá-lo”, aproveitei o embalo e perguntei “por acaso vocês teriam algum livro de Wolfgang Iser?”, em resposta, ouvi um sonoro e compreensível “quem?!”, repeti “Wolfgang Iser” e ele “espera aí que vou consultar”. Diante do computador, que faria a busca no banco de dados do sebo, o funcionário teve dificuldade para escrever Wolfgang, compreensível, dei-lhe uma ajuda soletrando o complicado nome. Pronto o computador iniciara a pesquisa que para meu desgosto não deu em nada. Não satisfeito, olhando para a tela, o vendedor anunciou “olha, nós não temos Wolfgang Iser, mas temos Wolfgang Mozart, serve?”. Respondi que não e fiquei pensando divertido, como assim, serve! É como entrar em um bar pedir uma cerveja e o garçom dizer que só tem café, serve? Claro que não, coisas distintas, enfim. Saí de lá sem Iser nem Mozart e segui a vida.
Em outra ocasião, não passado muito tempo, na capital de Vitória, Espírito Santo, entrei na modesta biblioteca do município a procura de um livro de poesia de Walt Whitman que me era necessário para um estudo. Diferente do sebo, que tem interesse comercial, ninguém se ofereceu para me ajudar, o que até foi mais agradável, contudo, não encontrei o livro que procurava e resolvi perguntar. Diante da funcionária indaguei “boa tarde, por acaso vocês têm aqui o livro de poesia do poeta Walt Whitman”, confesso que eu não sabia o nome do livro em questão, hoje sei e que, a propósito, foi seu único livro. Ela respondeu “Como?”, eu, “Whitman, Walt Whitman”, novamente ela, “como se escreve?”. Tudo bem, compreensível, soletrei “W-a-l-t W-h-i-t-m-a-n”. A funcionária, já digitando, disse “deixa eu ver pra você” e novamente do computador, após cruzar informações em seu banco de dados, veio a negativa, contudo, por algum motivo, olhando para a tela, ela resolveu não deixá-lo sem resposta e falou “bem, Walt Whitman nós não temos, mas tem Walt Disney, serve?”.  Não servia, não era nem meu sonho de criança.




quarta-feira, 15 de junho de 2011

Adultério esperto - o crime muito imperfeito ou como danar tudo de uma vez

                 Esse é mais um caso que parece real ou uma realidade que parece fingida, enfim.
                Aconteceu na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, com um homem, casado, que chamaremos Agenor.
Pois é, Agenor era casado há anos, e bem casado, achava ele, mas o tempo foi passando e nosso amigo queria viver novas aventuras. Fique claro, ele tinha uma vida estável, era bem resolvido financeiramente, funcionário público de carreira, comprometido com o emprego e o lar. Agenor sempre amou sua mulher e morria de medo de perdê-la. Por essas e outras, sua empreitada não seria fácil, mas plena de emoções, inclusive medo.
Onze da noite, saía Agenor pela cidade, no seu carro possante. Rodou por meia hora, até que encontrou duas mocinhas, provavelmente menores de idade, tomando uma cervejinha pela orla. Hesitou um pouco, ficou em dúvidas, porém logo seguiu em frente e decidiu abordá-las:
               Olá, posso sentar com vocês? Pagar uma cervejinha? - disse.
                As meninas olharam para ele e sorriram:
                 – Claro, nós já “tava” saindo, mas se “quisé”. Me chamo Estéfany e essa é a Gigi.
Tremendo um pouco, Agenor sentou-se junto às garotas e pediu uma cerveja ao garçon que prontamente o atendeu. Na metade da garrafa, todos já estavam descontraídos, inclusive Agenor, que todo sorriso, mantinha as chaves do carro sobre a mesa e contava vantagens.
As meninas se interessaram, o homem tinha grana. Segunda cerveja, Agenor já levava a mão entre a coxa de uma delas, Estéfany, enquanto Gigi fazia movimentos nervosos com a língua querendo insinuar qualquer coisa a ele. Agenor hesitava menos:
Escute meninas, que tal se pegarmos um motelzinho, tudo por minha conta, incluindo vocês?
Tá bem, diz Estéfany, mas “vamo” “terminá” a cerveja.
Terminaram e partiram para o motel: próximo à orla, pois nosso herói não perdia mais tempo. Ao chegarem, todo o conforto... muitas carícias... Agenor estava feliz e eufórico, pois as duas garotas lhe agradavam, gostava da juventude em seus rostos. As meninas, por sua vez, se divertiam com a possibilidade de tirar algum proveito daquele homem com cara de importante.
Que tal se a nós “ir” todos pra a banheira, propusera Gigi, “tomá” um banho bem gostosinho?
Eu topo, respondeu a outra.
Sim, ótima ideia! Nós três na banheira nuzinhos, responde excitado Agenor, que ficou muito empolgado ao ver as meninas em pelo, pois lhe agradava a carne tenra de uma e os seios pequeninos da outra. Sem hesitar nem um pouco, retirou ele rapidamente sua roupa e correu à banheira, que as meninas já estavam enchendo. Veio então o primeiro golpe, Agenor, que não contava com a sorte, levou um belo escorregão e caiu de uma só vez no chão, quebrando a perna.
Gritos de dor e horror, a diversão acabou ali. As meninas aterrorizadas, Agenor acidentado, muito sangue e uma perna quebrada. Ligaram para a recepção que rapidamente providenciou o socorro. A ambulância chegou rapidamente, os enfermeiros se preparavam para levar nosso herói na maca, quando foram interrompidos pelo gerente do estabelecimento que disse ao Agenor:
Senhor, me desculpe, mas seu carro não poderá permanecer aqui, regras da casa. Você precisa levá-lo embora.
O desespero lhe tomou conta, Agenor não sabia o que fazer ante a dor e a pressão daquela proibição. “Com quem posso contar?” Ligar para a mulher, impossível, ela teria um troço, arranjar um amigo naquela hora, improvável. Solução:
Meninas, façam-me um favorzinho de levarem o carro ao hospital para mim.
Tá bem, respondem elas, no desespero de ajudar.
Saiu ele para o hospital e as garotas entraram no carro. A mais experiente tomou lugar ao volante, ambas nervosas, primeira tentativa de dar partida, o carro morreu, a segunda pegou, mas morreu novamente ao engatar a primeira marcha. Mais uma tentativa: sucesso! Com alguma dificuldade tiraram o carro do motel e dirigiram-se para o hospital. Enquanto seguiam em frente, já na estrada, discutiam sobre como chegar ao hospital em que seu Agenor estava internado. Não sabiam como. E no meio da discussão não viram o sinal fechando (surpresa e susto) bateram na traseira de outro carro. Confusão armada, a polícia chegou.
E quem estava dirigindo?
Eu seu polícia ... ó, nem vi ele “pará”!
Carteira de habilitação, por favor?
Quê?! Tem não! Que quê é isso?
              E quantos anos vocês tem?
Menores de idade. Elas, então, contaram todo o ocorrido ao policial, que, depois de encontrar o documento do carro no porta-luvas, não teve dúvida, descobrir em que hospital seu Agenor estava internado e lhe dar voz de prisão.
Ao fim, seu Agenor danou tudo de uma vez, pois quebrou a perna, teve que pagar uma boa fiança e ainda teria que responder perante a justiça por se envolver sexualmente com menores e deixar pessoa sem habilitação conduzir seu veículo colocando em risco a vida de terceiros. Além disso, teria que gastar não só com o prejuízo de seu carro, mas também com o táxi que as garotas amassaram. Fora evitar que as pessoas descobrissem tudo no trabalho, ele era funcionário público, cidadão de respeito e pegava mal tudo aquilo. Contudo, o pior foi ter que explicar a sua mulher, que fora lhe buscar na cadeia, como aquilo tudo aconteceu. Que situação a do Agenor!

domingo, 5 de junho de 2011

Protestar em Vitória é preciso

Quinta-feira, três de junho de 2011, em Vitória, capital do Espírito Santo, aconteceu um protesto contra o aumento da passagem e pelo direito ao passe livre dos estudantes, em que eles fecharam duas das principais avenidas do Centro dessa cidade, o que desarticulou ainda mais o problemático trânsito da Capital e chamou a atenção, mais uma vez, para a insatisfação com o transporte público.
O Governo do Estado, diante disso, teve que tomar uma postura e soltou os cachorros, digo, a polícia, para enfrentar os manifestantes que ocupavam as ruas. Resultado: tiros de borracha foram disparados (acertando quem estava e quem não estava participando do movimento) , bombas de efeito moral foram lançadas “no meio de qualquer um”, isso segundo contam algumas pessoas que por ali estiveram. E, além disso, foram presos mais de vinte cidadãos, com o detalhe que entre os presos tinham pessoas que não faziam parte do movimento.
Bom, usar munição sem saber em quem, atirar para onde o nariz aponta, é um sintoma, cômico, do despreparo dessa polícia, o que denota o descaso do Governo em realmente investir na qualidade de segurança, aliás, na qualidade de qualquer coisa, afinal, recentemente estavam em greve os professores desse Estado.
No dia seguinte, depois de muita crítica pelo excesso de força utilizado pela PM, o Governo resolveu mudar de atitude e liberar o protesto, coisa que na verdade já deveria ser feita, uma vez que tais manifestações são (deveriam ser) garantidas por lei, o que não inclui, é claro, dar permissão ao vandalismo de alguns.
Bem, sabemos que o Governo deve agir dentro da legalidade, o que muitas vezes não consegue. A vantagem para o Governo é que, quando ele erra, para garantir sua soberania, pode se apropriar indevidamente da legislação dizendo que agiu legalmente, pois, ao descer o pau nos manifestantes, afirma, ser em defesa aos direitos dos cidadãos.  De que cidadãos é que não sabemos, afinal, uma polícia que atira bombas no meio de qualquer um, não olha os interesses de cidadão algum, mas, sim, cumpre às cegas as ordens vindas de cima. Isso mesmo, afinal, a supremacia do Governo é garantida por lei e isso se faz por meio da força, que dizer da PM. Sabendo disso os governantes nem sempre são “legais” (no sentido da expressão “bacana”, “mó legal”, saca?), muitas vezes, o que vem a tona é o antigo autoritarismo, resquício do regime militar de que somos herdeiros, afinal, a polícia ainda é militar. E, podem ter certeza, se não fosse a postura crítica de alguns, o Governo Municipal ainda ditaria o princípo do descer o sarrafo em quem se opusesse; e isso, francamente, não é “legal, mora?”.
Pois é, no fim, foi tudo uma grande piada sem graça do Governo e a coisa mais séria que aconteceu foi o protesto, porque quando uma população está insatisfeita, o caminho natural ainda é esse, protestar, e, diante de tanta coisa errada e insatisfatória na cidade de Vitória e mesmo em todo o Estado, vide saúde pública, educação e transporte, o fato é que: protestar é preciso.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Palocci: o sucesso!


Não entendo nada de economia, mas se precisasse tirar qualquer dúvida, jamais seria com o Palocci, ele é muito caro. Afinal, aumentar vinte vezes o patrimônio em quatro anos! Deve ser o preço que ele cobra por uma consulta, ah só pode ser...
Pois é, o cara é o sucesso... Deve ter, então, mais gente viciada em consultar o Palocci que naquele cigarro, Holywood, que também já foi “o sucesso”. (Mas isso já é velho demais; Palocci está na vez). Mesmo assim, vale a analogia: se, por um lado, tem quem gaste muito com cigarro, por outro, deve haver quem gaste muito com Palocci. Será? Se for o caso o Governo deveria cobrar imposto sobre o consumo de Palocci para não perder a chance de lucrar e o Ministério da Saúde advertir dos riscos, ah, para a saúde econômica.
É verdade que ainda falta fazer uma pesquisa, quer dizer, investigar... para saber se Palocci é um caso de Segurança Pública ou de Saúde Pública. Pode ser... Vai que Palocci vicia!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pirracinha Patriótica

Bom, deu uma pane no Blogger e simplesmente sumiu o texto que havia aqui com o título “Pirracinha Patriótica”. Portanto, tentarei recompô-lo aqui embaixo, já que não tinha salvo em meu pc, agora vai assim mesmo e sem revisão, era o seguinte:

Pirracinha Patriótica

Lembro-me que, quando pequeno, ao aprontar algo com um coleguinha, mesmo que não fosse tão colega assim, a senhora minha mãe, que aliás, nunca obrigou-me a chamá-la “senhora”, exigia que se pedisse desculpas, independente dos motivos (poderia ser culpa do coleguinha), que me levassem a injuriá-lo ou ultrapassar os limites territoriais do respeito ao próximo. Verdade que nem sempre era fácil engolir o orgulho, alguma birra acontecia, mas desculpar-se exigia de mim uma certa dose de maturidade, que desenvolveria a cada erro.
Vamos ao ponto: em um dia qualquer desta semana (certamente, depois do dia dois de maio), li a no mínimo curiosa manchete em um jornal local: “EUA se recusam a pedir desculpa ao Paquistão”. Confesso que não li a matéria, mas me diverti em imaginar, fazia menção, por suposto, à invasão e assassinato daquele famoso líder, que tanto aterrorizou os EUA, de sobrenome Laden. A "desculpa" deveria ser pelo fato de os americanos terem entrado naquele país sem pedir. Tal fato, imaginem, é como se um vizinho resolvesse, do nada, entrar no seu quintal, para dar cabo de seu cachorro que late muito alto, ou ainda, dar uma lição em seu filho que lhe quebrou as vidraças da janela jogando bola. Bom, orienta a regra do “bem viver” que o mínimo que devemos fazer ao invadir o quintal dos outros, mesmo por acidente (suponhamos que errou de porta), é pedir desculpas.
Esperar um pedido de desculpas de um país tão "importante" como os Estados Unidos e que se orgulha de ser a “Terra da Oportunidade” não é tão simples. Porém, convenhamos, uma oportunidade aí foi perdida pelo atual presidente americano de nome engraçado, a oportunidade de se desculpar e mostrar ao mundo como se trata um país com o devido respeito, afinal, na altura do acontecimentos, fazer pirracinha pra não pedir desculpas fica feio pra qualquer homem feito.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Paranóide

Um termo empregado pelos médicos para caracterizar um dos tipos de esquizofrenia existentes. A esquizofrenia é uma patologia psíquica que distorce a noção da realidade. Quando um esquizofrênico é do tipo paranóide: ouve vozes, mistura realidade e religião, tem alucinações, mania de perseguição, entre outros.

Essa semana, exatamente no dia 2/05/2011, tive a surpresa. Ao chegar em casa, soube pela televisão que Bin Laden foi morto. Morto e enterrado, melhor, morto e mareado (o pior trocadilho já feito), posto que, supõe-se, seu corpo foi jogado ao mar, supõe-se.

Segundo contam, dez anos se passaram até esse dia e antes disso muitas coisas foram ditas, muitas ameaças foram lançadas tanto por parte deste suposto Bin Laden, quanto por parte daquele Bush. O primeiro, ameaçava os Estados Unidos com ataques “terroristas”, e parece ter cumprido alguns, parece, pelo que disseram os jornais por aí, o segundo, jurava vingança e declarava guerra (o que já é tradição para esse jovem país). Agora, o mais interessante, é que tanto um quanto outro justificavam a maioria de seus atos através da religião, era tudo em nome Deus ou Allah. E deus, de certa forma, devia estar com cada um deles ou na cabeça de cada um deles, assim como estava na cabeça daquele malfadado jovem de Realengo (ouvia vozes ele?) que, através de sua esquizofrenia, achava que era o escolhido (não pelo povo, como o americano), para purificar o mundo, tinha portanto seus motivos religiosos, o que geralmente é um dos temas que afetam essas mentes distorcidas. Enfim, será que Bush ouve vozes? Bin Laden ouvia vozes? Obama? O povo americano? A al Qaeda? Todos ouvem vozes?

Talvez esteja acontecendo nesse exato momento uma epidemia de esquizofrenia nos Estados Unidos e todos ouçam vozes de purificação, vingança, guerra e coisas do tipo e que deve ter afetado o atual presidente, que resolveu acabar com o perseguidor, afinal, isso não afetava somente ele, pois todo o país cria estar sendo perseguido por terroristas que queriam “botar o terror” mesmo com bombas e aviões.

A suposta esquizofrenia não para aí. Tem um outro lado: aqueles que acreditam que nada aconteceu exatamente como dizem as vozes, que existe toda uma conspiração por trás disso tudo, afinal, onde estão os destroços daqueles aviões que acertaram as torres gêmeas do World Trade Center, ninguém viu. Alguns dizem que derreteram, engenheiros dizem que é impossível na temperatura que a explosão atingiu. Isso é só uma parte, existem filmes e documentários sobre o assunto. Olhe lá, não serão essas pessoas também vítimas da esquizofrenia? Afinal, em que acreditar, estaremos realmente diante de uma síndrome contagiosa de esquizofrenia?! E por que diabos não enterraram o corpo de Osama Bin Laden para aqueles que só acreditam vendo pudessem acreditar? Para não criar um ponto de visitação de seus seguidores, respondem, e tentam provar a morte com exames de DNA? Tudo bem, mas isso ainda vai dar pano pra manga, algo do tipo: Osama não morreu.

Diante de tanta loucura me pergunto, estarei louco eu? Afinal, existe alguma ficção nessa realidade toda ou alguma realidade nessa ficção? Estarão nesse momento, os integrantes da al Qaeda, imaginando um sucessor pra “botar o terror” nos “malvados” americanos, estarão os americanos aterrorizados só de imaginar quando a próxima bomba cairá em suas cabeças? E nos altos bastidores? Estarão os magnatas bancários pensando em formas de tirar proveito de toda essa guerra ao terror com mais financiamentos às armas e um novo projeto de personagem para aterrorizar todo o mundo por mais dez anos? Será isso tudo ou não será nada disso? Estarei eu ouvindo muitas vozes?

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O (Re)encontro

Aconteceu em minha cidade uma história que parece ficção, o que não é de todo estranho posto que muitas ficções pareçam reais.

Fulana (guardo o nome por resguardo) foi dada para ser criada ainda muito nova, ela e seus irmãos, não sei quantos eram, nunca conheci Fulana de fato, de seus pais sabia ela os nomes e a profissão.

Fulana, cresceu, arrumou emprego, arrumou marido e filhos e foi morar no interior do Estado. O marido de Fulana resolveu (como se isso fosse resolvido) ter, num belo dia, uma irritação nas conjuntivas, ou seja lá o que for, não li seu laudo, e saíram para a cidade grande.

Fulano (guardo o nome pelo mesmo resguardo), morador de uma outra cidadezinha no interior daquele mesmo Estado,fora dado para criar muito novo, nunca conhecera os pais. Sabia que trabalhavam no circo e conhecia, sabe-se lá como, o nome da mãe. Nada mais Fulano sabia de si, melhor dizendo, dos seus. Certo dia, fulano resolve ter uma irritação na conjuntiva...

Em um grande hospital, responsável pelo atendimento de um grande município, numa das salas de espera, no setor de oftamologia, Fulana aguardava a vez de seu marido ser atendido. Era uma quinta-feira, de um dia qualquer, cujo marido tinha hora marcada. Fulana repara em um homem, curiosamente. O tempo passa. A assistente abre a porta e anuncia um nome completo. Fulano Brotado da Silva. Fulana foi tomada num sobressalto. O homem caminhou sob olhos curiosos até a porta do oftalmologista. Na saída o encontro:

- Olá, você se chama Fulano Brotado da Silva?
- Sim! Ele repara aquela mulher com curiosidade.
- Que nem eu! Meus sobrenomes! Emocionada. Qual o nome de seus pais?
- De minha mãe é Rovena Brotado da Silva. De meu pai não sei, eles trabalhavam em circo.
- Era Sebastião.

O homem, surpreso com a revelação, viu uma irmã nascer diante dele aos trinta e seis anos de idade, formada, pronta e inacabada como todos. Ela sabia que tinha um irmão, ele nada sabia dos seus, até aquele momento. Dessa surpresa da vida, uma nova aventura, encontrar os outros irmãos perdidos. O desfecho dessa história, ainda não foi escrito.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O atirador de Realengo

Ninguém tem dúvida, foi um acontecimento bárbaro, uma tragédia capaz de comover até os mais frios corações, a notícia do atirador de Realengo. Falar que alguém tenha invadido uma escola e atentado contra a vida de estudantes já não é novidade, fora do Brasil; aqui o povo não está habituado a este tipo de violência, assalto à mão armada, sequestro, abuso de poder e corrupção sim, mas atiradores loucos que invadem escolas ninguém ouvira falar.

Sim, foi terrível a tragédia no Rio de Janeiro e por isso precisa ser lembrado para que as autoridades possam se preparar melhor para esse tipo de atitude bárbara. Essa é a ideia. Agora, o que não faz sentido é a forma como os meios de comunicação, principalmente a internet, se apropriam disso para prolongar ao máximo os dividendos da notícia. O horror é vivido e revivido à exaustão, as imagens do assassino são expostas diversas vezes em várias situações possíveis de forma a banalizá-lo por superexposição: várias reportagens, o histórico completo, o perfil psicológico, a casa pinchada, a opinião do doutor e do vizinho, o sofrimento de cada envolvido, a carta, uma análise da carta, a missa e por vezes novas imagens do atirador (fazendo pose) ou mesmo novos vídeos do atirador e tudo isso e muito mais na internet com as devidas propagandas que ali couberem e até mesmo um link dedicado ao tema. E assim vai, enquanto a notícia vender.

Até que ponto o horror é mercadoria? Até que ponto isso atrai? Onde fica a ética? Primeiro, parece existir um interesse natural por esse tipo de assunto, uma vez que o fato acontece e é tido por bizarro passa a ser superinteressante para uma parcela significante de pessoas. Essa é a demanda existente para esse tipo de assunto. O bizarro é tanto uma pessoa cometer uma barbaridade desumana, quanto o interesse desmedido dos humanos pelo horror. Segundo, somos atraídos por isso até o limite de nossa consciência, onde fica isso, porém, é impreciso. Banalizar a informação parece o ato mais consciente daqueles que lucram com isso e a consciência disso não é interessante para esse mercado. Por fim, em terceiro, a ética pouco existe nesse mundo da comunicação que deveras não comunica quase nada, seu serviço maior é consigo, inflar o absurdo, que já chama atenção in natura, até o ponto em que não se possa mais tirar lucros do horror.

Essa é a banalização da barbárie. Um desserviço de certos veículos de comunicação que, ao contrário de informar e possibilitar alguma crítica, se isso ainda é possível, aproveitam-se da situação para extrair da violência uma grana a mais, afinal, negócios são negócios.

E o pior é ainda ter que escrever sobre isso.